segunda-feira, 25 de setembro de 2017

A ferida e a cura dos homens


Trabalhando com Círculos de Mulheres e de Estudos dos Arquétipos da Mulher Selvagem e do Feminino Sagrado é inevitável estudar também os arquétipos masculinos e dos homens.
O livro: Sob a Sombra de Saturno – a ferida e a cura dos homens- James Hollis; é uma preciosidade que reforça ainda mais a tese de que são as mulheres que realmente movem o mundo. O nosso problema MAIOR é que não vemos/reconhecemos nosso poder e nem queremos assumir esta responsabilidade.
Falamos das feridas e dos abusos que nós mulheres sofremos, mas, em um padrão e processo de omissão, não queremos ver os abusos e sofrimentos que acarretamos em nossos filhos e filhas com palavras críticas, julgamentos e também com a superproteção que impede o crescimento saudável do ego. E quando vemos, mesmo que de relance, queremos nos punir e depreciar pelos erros e sentimos culpadas e impotentes para mudar este padrão. Quando não conseguimos ser responsáveis ficamos nos culpando por TUDO no Mundo.São os extremos que adotamos para distanciarmos do centro, do foco, do real. É bem mais fácil apontar o dedo e dizer que a culpa é sua do que Ser responsável como adultos pela realidade que se vive. A culpa aprisiona a Responsabilidade liberta.

Hoje li o artigo: Você está lidando com um companheiro puer?

“É duro lidar com eles. A junguiana Marie Louise von Franz dá um exemplo: “quanto mais o homem recusa envolver-se na relação, mais a mulher pode achar que tem que prendê-lo, agarra-lo, proibi-lo… e assim ele desperta a mãe devoradora de toda mulher. Aí o homem diz: “sempre é assim com mulheres”, e a abandona. Na verdade, sua recusa em se envolver desperta o lado devorador dela e isso é um ciclo vicioso e destrutivo. Por ser incapaz de amar ele traz à tona o complexo de poder dela”. (pagina 273 de seu livro Puer Aeternus).”

Fiquei pensando como é “comum” e corriqueiro encontrarmos com pessoas (tanto homens como mulheres) em um corpo adulto, mas, emocionalmente infantis, pueris. E como o lado devorador e da busca de Poder tem sido estimulado em nós mulheres, principalmente, quando esquecemos os nossos deveres e responsabilidades.

Nesta disputa/briga hoje de esquerda x direita; contra x a favor; religião A x religião B; Trump USA x Kim Jong-um Coreia do Norte -; nitidamente duas criança brigando pelo brinquedo; o que salta aos olhos é que estamos perdendo a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro empaticamente.

A empatia envolve a capacidade de sentir, primeiro a si mesmo e depois o outro(a).
Quando referimos ao emocional, a capacidade genuína de sentir e ligarmos ao afeto o que sobressai são os arquétipos femininos, o lugar da lua no nosso mapa astrológico. A mulher que gesta o Amor.


Sob a Sombra de Saturno – a ferida e a cura dos homens.  James Hollis, revela os Oitos Segredos que os homens carregam e fica claro que O poder do feminino é imenso na organização psíquica dos homens (Segredo 3).

Estamos deixando de lado nossa capacidade de afeto e AMOR.
É claro que não estou isentando os homens de responsabilidades. Mas, sabemos que eles também estão com medo e inseguros e precisam de ajuda.
Mesmo com feridas é URGENTE à necessidade de ampliar nossa capacidade de curar, gerar, trazer o novo, criar, de respirar com amplitude e profundidade e assim, desenvolvermos a cura sentindo e aceitando o nosso corpo e possibilitando sentir e aceitar o outro sem projeções. 
Ampliar nossa capacidade de Re-conhecimento e afeto.
Precisamos desenvolver a escuta ativa, pois, os ouvidos são órgãos sexuais, já dizia Rubem Alves, onde somos fecundados e podemos fecundar os outros com nossas palavras e nosso bem-dizer (benzer!);
Na prática e tradição dialógica, ouvir é tão importante quanto falar.
Assim, a fala e o silêncio são importantes nos Círculos de Mulheres que participo e a oportunidade de reflexão que o silêncio proporciona é dada a todas antes de pegar o “bastão da fala” e se expressar. Este modelo/exemplo/modo/matriz é levado para outros grupos e relações e vivenciamos que nos curando curamos o MUNDO!
O foco aqui é motivar cada vez mais as mulheres a participarem de processos de autoconhecimento e círculos de mulheres para promovermos a mudança deste campo mórfico que estamos conectados.
A construção da empatia, da compaixão é essencial para criarmos DIÁLOGOS e sair do GRANDE monólogo de nossa comunicação atual. 
E lembre-se:
“Se tu me contradizes, tu me enriqueces”.

Aloha,
Rita de Cássia Ramos Carneiro

2 comentários:

  1. Patricia Landim Dantas25 de setembro de 2017 às 21:31

    Desenvolver a escuta ativa, calar-se internamente, paciência inteligente e tantas outras ferramentas que encontra-se no nosso mundo interno a serem usadas a nosso favor, e são sub-utilizadas por não sabermos utilizá-las e muitas vezes nem ter a consciência que possuímos.

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  2. Grata flor;)
    A dificuldade está em abrir o coração para sentir, conectar através dos sentimentos, emoções. Mesmo que doa...desenvolver autonomia das emoções e sentimentos.
    Descobrir que a vulnerabilidade é um anjo;
    Bjss

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Grata, pela visita!
Abraços,
Rita de Cássia

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