Por que não
fui às passeatas do dia 13/3/16?
Ano passado,
comecei a fazer catequese para adultos, 30 anos dizendo evangélica, em
2014, pela dor, voltei ao catolicismo e não havia feito a 1ª comunhão. Desde
outubro de 2015 agendamos esta data para o retiro espiritual em uma
chácara, onde aconteceria nossa primeira confissão dos pecados.
Até domingo cedinho, ainda estava na dúvida se era realmente para ir ou se “não era alguma conspiração
do PT para que eu faltasse às passeatas” (hahaha tenho que rir de mim mesma;
pois mais uma vez constatei que nossa mente mente muito, criamos um mundo,
passou, rapidamente, mas, passou esta idéia pela minha cabeça). Fui para o
ponto de ônibus por volta de 7h, fiquei quase ½ hora esperando sem que o
aplicativo me informasse uma previsão do ônibus e quando informou, disse que
ele passaria em 109 minutos. Fui caminhando e disse para o grupo pelo whatsapp onde
estaria.
Eles vieram de
carro ao meu encontro, com chimarrão e tudo, não tive a menor dúvida, era ali
mesmo o melhor lugar para eu estar e contribuir com este processo de
busca pela verdade que nós brasileiro estamos vivendo.
Fomos
surpreendidos, com nossas mestras lavando e beijando nossos pés,
fiquei muito emocionada. Frei Lucas, trouxe com uma leveza especial a
Parábola do Filho Prodigo (desde o ano passado tenho refletido sobre esta
parábola) e de repente eu me vi nos dois irmãos, simultaneamente, o que
pega a herança e caí no mundão, vai pra sujeira, chiqueiro e depois volta por
necessidade de sobrevivência, e no que fica com o pai fazendo tudo certinho,
perfeitinho, pra ver se isto faz dele melhor do que o irmão. Vimos que
os dois não conheciam o Amor do Pai.
Nos últimos
dias chamei o mundo de hipócritas, fiquei MUITO indignada com
vários ex- professores, por mais que tentasse só
conseguia ver hipocrisia. Como psicóloga, fiquei “ligada”; por que estou
vendo tanta hipocrisia? Porque Jesus disse que o fermento da sociedade é
a hipocrisia. E onde que você Rita de Cássia esta sendo hipócrita? Não sei,
acho que só estou denunciando, mesmo. Çei!! Fiquei com esta reflexão em
standby.
Nesta quaresma
estou seguindo direitinho o jejum (cerveja!!) também os ritos de purificação,
praticamente todo dia rezando o terço, participando de missas, e tentando
entrar mesmo no processo , perfeitinha.
No retiro espiritual, não
teve como correr, a verdade chegou com força, tremia igual quando faço
exercícios da Bioenergética, o choro, não consegui segurar, estávamos ajoelhados,
foi aí que prostrei no chão. Vi minha hipocrisia!
Pregava, falava do amor de Deus, falava de
Jesus Cristo, o amor encarnado, mas, não o sentia realmente.
Quando ia
pro mundão e voltava pra casa do Pai era por falta de opção melhor
e por medo, quando estava na casa com o pai pensava que tudo era porque
eu merecia, por ser “BOA” demais, fazer tudo certinho, participar rigorosamente
de várias pastorais e trabalhos voluntários, mas, na verdade, era para
que meu Pai gostasse mais de mim do que de meus irmãos e irmãs, ou seja,
por orgulho. A necessidade não me
deixava ver o amor e nem o orgulho que me iludia que tudo era por
merecimento meu. Não havia espaço para o Amor. A melhor queda é cair em si.
Estamos no
Ano da Misericórdia, não existem coincidências. Confessei meu maior pecado,
para o Frei Longuinho, recebi minha penitência, e depois para todos que ali
estavam presentes. Não consigo sentir o amor de Deus por mim; meu
medo e o meu orgulho não deixam espaço para Ele. Reconheci isto de um
novo lugar.
Uma questão
que tenho refletido nos últimos dias e que me ajudou muito foi: Como fazer para
acolher a verdade com perdão e amor? Uma amiga me respondeu com
muita sabedoria: “perdoar é abrir mão de que algo, alguém ou alguma coisa seja
diferente do que é”. Ou seja, não brigar com a realidade, aceitar o que
é real.
Casa
comum nossa Responsabilidade é o tema da Campanha da Fraternidade deste ano. Vimos
que da mesma forma que os dois homens no Caminho de Emaús, não reconheceram
Jesus, até que ELE repartisse o pão, só
conseguimos reconhecer, perceber a presença e o Amor de Jesus Cristo, na
Partilha.
No final, a
dinâmica, foi se eu tirava o chapéu pra mim. Muito mexida, disse que sim, pois
mesmo sem sentir, verdadeiramente, o amor de Deus, mesmo sem perceber a
presença de Jesus Cristo, eu não desisti de acreditar que este é o
Caminho, a Verdade e a Vida.
Trabalhando
minhas projeções, meu autoconhecimento, minhas responsabilidades, penso que estou
cooperando efetivamente, para um mundo mais fraterno, igualitário
e livre.